segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Os 10 passos para uma boa investigação de acidente do trabalho



Neste artigo vamos falar um pouco sobre os passos e recomendações para uma boa investigação e análise de acidentes. Abaixo vamos conhecer o passo a passo, entretanto, é importante reforçar que antes de se iniciar o processo de análise o empregado acidentado deve receber toda a atenção e cuidados necessários, tanto da área de SSMA quando de suas lideranças.
Após realizado o atendimento do empregado, podemos iniciar o processo de investigação e análise de incidentes.
Para este processo alguns passos e recomendações são fundamentais  sendo:

1 - Coleta de evidências após o incidente.
Um dos passos mais importantes de um processo de investigação e análise de um incidente é a coleta das informações do cenário da ocorrência. Essa coleta de evidências trata-se do levantamento, no local do acidente, de todas as informações, fotos, documentações, ferramentas ou qualquer outra coisa que esteja presente no local. É importante atentarmos que em momento algum o cenário do incidente pode ser alterado antes da chegada da equipe de investigação e análise. 

2 - Entreviste os envolvidos separadamente.
É muito comum, nos processos de investigação e análise de incidentes, colocar todos os envolvidos dentro de uma sala e ser fazer uma verdadeira inquirição aos mesmos, chegando às vezes a aponta-los como culpados. Esta prática é totalmente errada e não contribui de forma nenhuma para o processo de investigação e análise de um incidente. Sempre que formos realizar uma entrevista com os envolvidos em um acidente devemos primeiro criar um ambiente propício para as entrevistas, somente uma pessoa deve entrevistar os empregados envolvidos e eles nunca devem ser entrevistados em grupo, devemos avaliar tanto a parte técnica do que o entrevistado está citando, como também os ativadores comportamentais identificados nas entrevistas.

3 - Envolva na análise técnicos e especialistas sobre a atividade(se possível de áreas ou empresas diferente de onde o acidente aconteceu).
Não realize a investigação sem que uma pessoa que conheça tecnicamente o assunto a ser abordado esteja presente. Pessoas com conhecimento técnico das atividades são fundamentais para esclarecer possíveis causas ou dúvidas que surgirem na análise.

4 - As áreas evolvidas no incidente não podem participar da análise.
Um dos pontos mais falhos de um processo de análise de incidentes é que a área que sofreu o incidente é quem é a responsável pela investigação e análise do incidente e isso não faz sentido. Imaginem uma pessoa investigando o próprio crime cometido. Por isso, em um processo de investigação e análise de incidentes as áreas envolvidas no incidente devem ser investigadas e não investigadoras. Com outras áreas realizando a investigação, podemos ter uma visão diferente do processo e sugerir ações que eliminem as causas de forma efetiva.

5 - Os envolvidos no acidente não podem participar da reunião de investigação.
Os envolvidos do incidente, incluindo o acidentado não poderão participar da reunião com os membros da equipe de investigação para não constrange-los. Todas as falas deles devem ser através dos depoimentos e estes depoimentos devem ser avaliados pela equipe de investigação. Caso hajam dúvidas nos depoimentos os depoentes devem ser chamados para serem ouvidos novamente conforme o passo 2 deste artigo.

6 - Utilize metodologias de análise que identifiquem as causas técnicas e comportamentais para a ocorrência do incidente.
O que mais vemos nas investigações de incidente nos dias atuais são causas voltadas para as causas relacionadas a condições de trabalho,entretanto, não observamos a análise do comportamento do indivíduo durante o incidente. Durante uma investigação temos que identificar tanto a parte técnica quanto a parte comportamental.

7 - faça a reunião de análise buscando as causas básicas.
As reuniões de análise devem buscar as causas dos incidentes e nãoos culpados por estes.  Uma boa investigação identifica causas dos eventos e defini ações para que estas causas sejam tratadas. Se uma investigação procura culpados e trata os culpados, com certeza a causa básica do problema não será tratada.

8 - Trace ações para cada causa identificada.
Nenhuma causa identificada em uma análise pode ficar sem ação para eliminá-la. Se não houver ação que trate cada causa, podemos considerar que a investigação está incompleta.

9 - Acompanhe o plano de ação.
O plano de ação do incidente precisa ser obrigatoriamente gerenciado para que se tenha certeza de que as ações traçadas foram devidamente implementadas. Uma boa prática é, cada ano, se fazer uma análise de eficácia das ações para verificar se estas estão sendo utilizadas.

10 - Dê o feedback das ações resolvidas para todos os envolvidos com a atividade.
 As pessoas que realizam atividades similares precisam conhecer o incidente e serem responsabilizadas pelo cumprimento das ações em todas as áreas da empresa. É necessário que a equipe de investigação e os empregado envolvidos tenham conhecimento do status das ações definidas na análise


Escrito por: Nonato Soares.

sábado, 8 de agosto de 2015

Acabou o expediente, tudo tranquilo?



Para maioria das pessoas, quando o expediente acaba, as preocupações com as atividades laborais também reduzem, visto que este é o momento onde os trabalhadores chegam em suas residências para curtirem suas famílias, fazer atividades físicas e se divertirem.

Entretanto, entre o trabalho e as residências, existe toda uma rota ou um caminho que é percorrido pelos empregados e que é legalmente caracterizado como trajeto, que é o espaço percorrido entre a casa do empregado e a empresa ou vice-versa.

Geralmente este trajeto não entra nas análises de risco das empresas o que caracteriza uma falha, visto que, caso ocorra um acidente durante este trajeto, ele será caracterizado como acidente do trabalho e necessitará passar por todo o processo normal de comunicação aos órgãos competentes, registros, investigação e análise.

Grande parte das empresas não dão a devida atenção para os trajetos por achar que as medidas preventivas não dependem somente delas, principalmente os riscos do trânsito e a falta de apoio dor órgãos públicos na manutenção e sinalização das vias.

Apesar de grande parte dos acidente estarem ligados a causas voltadas para o trânsito, as empresas possuem um gama de ações que podem ser realizadas para evitar que estes incidentes ocorram. Uma das ações que pode ser realizada é o fornecimento do translado entre a casa do trabalhador e a empresa e vice-versa. Quando a empresa fornece o transporte através de ônibus, por exemplo, é realizada a diminuição da exposição dos empregados na circulação das vias públicas, o que acarreta na diminuição da ocorrência deste tipo de acidente. É necessário também que a empresa realize campanhas educacionais voltadas para os riscos inerente aos trajetos, reforçando aos empregados a importância de atitudes seguras dentro e fora do trabalho. As empresas também podem fornecer aos empregados um "rotograma", que é um mapa das áreas onde os empregados moram mostrando os pontos de maior perigo e que requerem atenção redobrada dos empregados durante os trajetos. Algumas empresas já chegaram a capacitar os empregados em direção preventiva a fim capacita-los para enfrentar o trânsito durante os trajetos.

Além das ações citadas acima, várias outras  podem ser tomadas quando falamos sobre o aspecto trajeto, cabe a cada empresa escolher o que fazer. O que não podemos é fechar os olhos para estes riscos.


Escrito por: Nonato Soares.

domingo, 17 de maio de 2015

Segurança no Planejamento das Atividades

Uma das questões muito discutidas nos fóruns de segurança do trabalho é a constante disputa entre segurança e produção, uma vez que os membros das equipes de SST sempre acham que, nas frentes de serviço, as questões referentes a produção possuem um peso maior e que a segurança é colocada de lado para que as atividades possam ser concluídas.

Para as funções  de liderança que executam as obras como encarregados, engenheiros entre outros, a equipe de SST tem sempre a intenção de parar as atividades, prejudicando assim o andamento da obra. Uma afirmação muito ouvida também nestes casos é o porque da equipe de SST não chegar antes dos serviços e dar as orientações ao invés de simplesmente interditar estes.

Uma das práticas que poderiam ser adotadas em todas as empresas e que poderia contribuir para o fim desse dilema seria a inclusão de um profissional de SST na elaboração do cronograma de execução dos serviços ou no planejamento das atividades. Este profissional teria o foco de avaliar essas atividades e definir, previamente, quais as medidas preventivas e recursos deveriam ser utilizados para que estes fossem realizados dentro das normas de segurança e meio ambiente.

Este planejamento, com o profissional de SST incluído, pode ser fundamental para que essa eterna discussão entre as áreas sejam diminuídas visto que todos já iriam saber, desde o início dos serviços, o que precisaria ser feito para a atividade ser realizada com segurança. Esta interação poderia trazer, inclusive, ganhos em produtividade para a empresa, visto que, com o planejamento correto a empresa otimiza recursos e diminui o tempo de possíveis paralisações.

Para que esta prática seja possível, é preciso que todas as partes estejam abertas à mudanças e também que a empresa propicie este ambiente de aprendizado mútuo fazendo com que todos entendam que não podemos separar a produção da segurança pois, não existe atividade produtiva sem segurança e saúde no trabalho e não existe segurança e saúde no trabalho sem uma atividade produtiva.


Escrito por: Nonato Soares.